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De fato Brasil é o país do carnaval e o brasileiro deve estar fantasiado de palhaço

  • Hugo Neto
  • 2 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

As manifestações do dia 28/04/2017 servem para propor algumas reflexões. Vejo claramente que existiu uma crise de governabilidade e não do presidencialismo, que acabou sendo um fator determinante no impeachment do governo Dilma. Me preocupa os discursos de alguns pré-candidatos afirmando que as reformas não sejam necessárias (não estou dizendo que elas devem ser aprovadas de qualquer forma apenas que são de fato necessárias). Sinto calafrios de imaginar a possibilidade de outro estelionato eleitoral similar o que ocorreu no segundo governo Dilma. Vale lembrar que os governos do presidente Lula teve tudo que era necessário para fazer as reformas de forma bem menos conturbadas e mantendo maiores garantias sociais para população, mesmo assim nada foi feito em relação a isso. Resultado sobrou para o governo Michel Temer que não tem aprovação popular e de legitimidade duvidosa propor essas mudanças e que de fato vem conseguindo aprovar nas duas casas.

O Brasil em 1988 tinha uma carga tributária de 24% do PIB, nesse período todos os governos aumentaram a carga de impostos hoje ela se encontra em 35%PIB. Como agravante o estado gasta mais do que arrecada 8 a 10 % totalizando 45% do PIB ou seja quase metade da renda do país passa pelo setor público. Desses 45% dois itens consomem 20%: juros (8%) e previdência (12%), se for comparar de forma proporcional o Brasil gasta a mesma quantidade que países como o Japão no setor previdenciário, o problema é que somos um país jovem e ainda estamos em nosso bônus demográfico, ou seja ainda vamos envelhecer e a conta não vai fechar. A reforma é inevitável, ou faz ou quebra.

A pergunta que não quer calar, cadê os outros 25%? E por que um país com um estado que suga 1/3 do salário do povo em impostos não consegue assegurar cidadania, saúde, segurança, educação e saneamento básico? Enquanto isso, é apenas uma pequena parcela do problema vista acima, além do problema de uma empreiteira particular ter o estado em sua folha de pagamento temos um governo impopular que assegura governabilidade. Como é possível um governo estranho e impopular conseguir fazer reformas que nem um outro governo fez? Devido a operação “Lava jato” o povo consegue constatar algo que sempre acreditou mas nunca teve provas tão grandes, uma grande cadeia de corrupção que lubrificava a máquina pública, consequência morte da classe política tradicional e o judiciário ganhando um poder que não deveria ter. Decidindo situações que caberiam ser tomadas por esferas populares e legislativas que teoricamente representa e é a casa do povo.

A população meio que aceita o que vem acontecendo, os protestos nem de longe lembram os que ocorreram em 2013, detalhe naquele momento não existia operação lava jato comprovando uma quase falência de nossa classe política a sociedade não aparenta estar motivada a sair para as ruas como também ocorreu pela permanência ou não da Dilma no cargo. Vale lembrar que uma semana antes a cidade de fortaleza foi paralisada, pois bandidos atearam fogo em mais de 10 ônibus, a cidade ficou um caos, TODOS os ônibus foram recolhidos, 28/04/2017 teoricamente os ônibus novamente deveriam parar mas segundo a ETUFOR estava 60% da frota rodando.

Os sindicatos novamente mostram que não têm força de articulação política nem dentro de sua própria classe. Como vão articular a população como um todo? Esse mesmo sindicato, que não passa de uma sombra do que já foi, um dia vai perder ainda mais forças se as reformas trabalhistas forem aprovadas pois a contribuição sindical não vai ser obrigatória. Isso explica porque as centrais sindicais estão revoltadas com o atual governo, o que ocorre nos sindicatos é similar ao que ocorre n

a política a contribuição é obrigatória mas o contribuinte (sindicalista) não confia em suas lideranças.

Muitas atividades foram canceladas devido o boato de paralisação geral dos ônibus, resultado para uma parcela de população o dia 28/04/2017 não passou do início do segundo carnaval do ano 4 dias de feriado. Sobre esse mesmo dia tiramos outra conclusão os bandidos conseguiram fazer uma paralisação (forçada é claro) que em minha visão paralisou mais do que contra as reformas previdenciárias e trabalhistas, a que ponto chegamos, de fato Brasil é o país do carnaval.

Para finalizar gostaria de lembrar que o governo Temer é a continuação do governo Dilma, não existiria Temer sem Dilma. O PT escolheu fazer alianças com o PMDB e continua fazendo como pode ser visto nas eleições municipais. O PT acusa PMDB de dar um golpe mas continua fazendo alianças com ele nas eleições municipais, que é no mínimo muito estranho. Recomendo a leitura do artigo Ajuste inevitável do Mansueto Almeida, Marcos Lisboa e Samuel Pessoa que foi publicado no jornal Folha de São Paulo na coluna ilustríssima e a entrevista no roda viva do Eduardo Giannetti.

 
 
 

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Opinião

A quem pertence a ideia?

                               (Júnior Silva)

Por que uma pessoa que toma marxismo como referência de construção de ideias se auto intitula marxista? Mesmo ela e quem a escuta percebendo que suas ideias não são adaptações, são de fato mais que isso, são outras ideias, um compilado, uma síntese, o seja lá o que for. A questão é, quem determina o que de fato é a evolução do pensamento de um pensador que já morreu? Porque o apego a nomenclaturas de maneira excessiva?

Quando leio  Zizek, o vejo como alguém que tem uma nova percepção, mas sempre devendo a Marx, não como influencia, mas se dizendo comunista.

Não falo de você negar a palavra enquanto símbolo, até porque isso seria meio louco, já que ela é também responsável pelas nossas iterações com o real.

Pergunto, quem de fato pode se dizer proprietário de uma ideia? Tudo que o homem observa e uma interpretação da realidade a sua volta e tenta expressar isso através de palavras, mas como sabemos, as palavras são limitadas pra abarcar toda a realidade, e possuem um defeito na suas entranhas, a palavra está em inercia enquanto o mundo está em movimento. Oque também é obvio se pararmos para pensar um pouco, as ideias, as teses são conglomerados de palavras buscando abocanhar uma parte maior da realidade, quando o pensador morre ele não confronta mais a realidade, porque morreu, então o que garante e me dá direito a minha interpretação e evolução desse pensamento? Se alguém deixa um livro escrito, e eu leio, vou ter uma interpretação do que esse alguém escreveu, mas a interpretação em si já carrega outros elementos que talvez nunca tenham passado pela sua cabeça do autor.

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