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Como a frase "Não Sei Sou de Humanas" pode acabar com as Ciências Sociais? NÃO SEI, SOU DE

  • Pedro Ângelo
  • 9 de abr. de 2017
  • 2 min de leitura

Em um mundo onde pessoas comuns usam a internet não apenas para se informar, mas também para transmitir informações, é preocupante ver que a maioria dos cientistas sociais ainda tenta compreender a sociedade sem lançar olhares e reflexões sobre as tecnologias que a população usa para se relacionar. Quando alguém tenta propagar ideias sobre política, cultura ou qualquer outro tema através de uma conversa AFK ou de métodos como a panfletagem, é possível compreender essa interação usando apenas conceitos sociológicos, mas em uma realidade onde as pessoas fazem isso através de Redes Sociais, é preciso saber como essas Redes funcionam e, mais do que isso, se manter atualizado em relação às frequentes mudanças que elas sofrem.

Um exemplo de como a tecnologia pode andar de mãos dadas com transformações sociais é o próprio algoritmo do Google. Atualmente a plataforma filtra os resultados que vai apresentar, com base em coisas que o usuário pesquisou no passado. Se alguém fez uma busca sobre viagens recentemente, o Google entrega resultados sobre hotéis e passagens aéreas sempre que essa pessoa digitar o nome de um país, mas se estivermos falando de uma pessoa que costuma fazer buscas relacionadas à história de diferentes culturas, os resultados para a mesma pesquisa vão ser artigos acadêmicos sobre as tradições da região. Isso pode parecer irrelevante, mas pense nas consequenciais que esse filtro pode trazer quando alguém estiver buscando informações sobre assuntos mais controversos? Uma pessoa que busque por determinadas ideologias sempre vai receber artigos escritos pelos mesmos autores ou por sites com posicionamentos semelhantes. Alguém que use o maior buscador da internet como única fonte de informação vai ter seus posicionamentos sempre reforçados e nunca vai ter a oportunidade de confrontar outros pontos de vista.

Há quem acredite que mudanças no algoritmo de gigantes da informação como a Google podem impactar drasticamente à polarização política da população, mas a produção sociológica sobre temas como esse é praticamente nula, pois a simples menção ao termo algoritmo costuma ser respondida com um sonoro "NÃO SEI SOU DE HUMANAS" pela maioria dos cientistas sociais. O exemplo que citei não é uma exceção, a Pesquisa Brasileira de Mídia, divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, revelou que os Brasileiros já passam mais tempo na internet do que assistindo televisão; nosso país tem o segundo maior números de contas no Facebook do mundo além de ser o segundo maior consumidor de vídeos no YouTube

. Boa parte do que acontece na nossa sociedade acontece virtualmente, se você quer entender os seres humanos que vivem no Brasil do século XXI você precisa compreender as tecnologias que eles estão usando e eu sei que isso pode parecer difícil, mas se houver alguma duvida, a internet está aí pra você pesquisar.

 
 
 

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Opinião

A quem pertence a ideia?

                               (Júnior Silva)

Por que uma pessoa que toma marxismo como referência de construção de ideias se auto intitula marxista? Mesmo ela e quem a escuta percebendo que suas ideias não são adaptações, são de fato mais que isso, são outras ideias, um compilado, uma síntese, o seja lá o que for. A questão é, quem determina o que de fato é a evolução do pensamento de um pensador que já morreu? Porque o apego a nomenclaturas de maneira excessiva?

Quando leio  Zizek, o vejo como alguém que tem uma nova percepção, mas sempre devendo a Marx, não como influencia, mas se dizendo comunista.

Não falo de você negar a palavra enquanto símbolo, até porque isso seria meio louco, já que ela é também responsável pelas nossas iterações com o real.

Pergunto, quem de fato pode se dizer proprietário de uma ideia? Tudo que o homem observa e uma interpretação da realidade a sua volta e tenta expressar isso através de palavras, mas como sabemos, as palavras são limitadas pra abarcar toda a realidade, e possuem um defeito na suas entranhas, a palavra está em inercia enquanto o mundo está em movimento. Oque também é obvio se pararmos para pensar um pouco, as ideias, as teses são conglomerados de palavras buscando abocanhar uma parte maior da realidade, quando o pensador morre ele não confronta mais a realidade, porque morreu, então o que garante e me dá direito a minha interpretação e evolução desse pensamento? Se alguém deixa um livro escrito, e eu leio, vou ter uma interpretação do que esse alguém escreveu, mas a interpretação em si já carrega outros elementos que talvez nunca tenham passado pela sua cabeça do autor.

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