POLÍTICOS PRIVATIZAM MAL
- Leandro Magalhães
- 21 de mar. de 2017
- 1 min de leitura
Não se engane o leitor: não me refiro aqui a procedimentos de natureza econômica, quais sejam os de serem liquidados por meio de concessões e permissões os ativos da União, em geral, a propriedade estatal de empresas e agências de serviços que em quase nada beneficiam o público. Políticos privatizam mal porque costumam privatizar os preceitos fundamentais da democracia: as relações dialógicas, a topologia distribuída das sociedades-em-rede, o capital social (vez que atuam como despachantes de demandas públicas), e quando não, obstruem os clusters que nos conectam a outras formas de participação social. Não sabemos se o terceiro milênio será um período de organização em networks (V. "Networks: Redes de Conexões", de Jessica Lipnack e Jeffrey Stamps) ou em mainframes; se repetirá os padrões hierárquicos e autocratizantes de antes ou se a emersão dos

novos empreendimentos sociais transformará "cidadãos-desorganizados" em protagonistas na coordenação de políticas públicas e iniciativas coletivas. Porém, uma coisa é certa: o sistema político atual está inteiramente organizado a serviço da expropriação da cidadania pública, impedindo, entre outras coisas, a emergência de atividades inovadoras que fortaleçam a prática democrática ex parte populi.
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