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Nossa língua sendo a mesma, permanecerá distante; Brasil e Portugal

  • Georgiano de Castro
  • 16 de mar. de 2017
  • 2 min de leitura

Dizer que a língua é a identidade cultural principal de uma nação parece lugar-comum, assim como afirmar que ela é uma célula viva, ou seja, muda de acordo com as mudanças sociais no local onde se desenvolve também é bem retórico. Mas por que nossa fala é tão distante da nossa gramática normativa? Vamos recorrer a história. Em Portugal no séc XV, após expulsar os árabes, que ocupavam a península Ibérica desde o séc VIII, formou se um estado propriamente dito. Era preciso uniformizar a língua para organizar as leis em documentos desse estado, essa também foi uma das principais razões para a normatização das línguas na Europa. Outra necessidade portuguesa era dar identidade ao seu idioma, afastando o da língua espanhola, e por fim o conceito que talvez faça mais sentido hoje em dia, que é a valorização da língua mostrando que existem regras para o seu uso. Mas quem decide a norma-padrão? Será que alguém pensou que foi o vassalo ou o servo em Portugal, ao invés da corte? Claro que foi as camadas mais poderosas, os intelectuais da corte. E mais claro ainda que hoje em dia o português de Portugal é bem diferente do que se falava à época da primeira normatização. Já dizemos que a língua é uma célula viva, mas ainda hoje a gramática normativa deles reflete a fala das camadas mais abastardas, e em todo mundo é assim. Nós brasileiros somos herdeiros dessa língua portuguesa e nossa primeira normatização, apesar dos esforços de intelectuais da estirpe do nosso romancista José de Alencar, foi dirigida pelas elites para o modelo de Portugal. Distanciando a nossa gramática natural, ou seja, aquela que é identidade do povo e se aprende pela fala em casa, da gramática normativa, que no nosso caso é o conjunto de regras que aprendemos na escola. É bom notar aqui a influência da decisão pelas elites até nesse aspecto tão próximo que é a nossa língua. Nós brasileiros somos um caldeirão de influências, são heranças indígenas, negras, árabes, das imigrações como a italiana, a germânica no sul e japonesa entre outras, que hoje, apesar de falarmos o mesmo português que nossos irmãos lusitanos, ao conversarmos com eles “parece que falamos com espanhóis” tamanha a distância entre as duas falas. Na minha opinião que sou adepto a linguagem viva das ruas, é isso que falta entender todos aqueles que vez por outra trazem novas regras querendo aproximar Brasil e Portugal. É que somos independentes culturalmente, isso estará sempre representado na “nossa” língua brasileira.

 
 
 

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Opinião

A quem pertence a ideia?

                               (Júnior Silva)

Por que uma pessoa que toma marxismo como referência de construção de ideias se auto intitula marxista? Mesmo ela e quem a escuta percebendo que suas ideias não são adaptações, são de fato mais que isso, são outras ideias, um compilado, uma síntese, o seja lá o que for. A questão é, quem determina o que de fato é a evolução do pensamento de um pensador que já morreu? Porque o apego a nomenclaturas de maneira excessiva?

Quando leio  Zizek, o vejo como alguém que tem uma nova percepção, mas sempre devendo a Marx, não como influencia, mas se dizendo comunista.

Não falo de você negar a palavra enquanto símbolo, até porque isso seria meio louco, já que ela é também responsável pelas nossas iterações com o real.

Pergunto, quem de fato pode se dizer proprietário de uma ideia? Tudo que o homem observa e uma interpretação da realidade a sua volta e tenta expressar isso através de palavras, mas como sabemos, as palavras são limitadas pra abarcar toda a realidade, e possuem um defeito na suas entranhas, a palavra está em inercia enquanto o mundo está em movimento. Oque também é obvio se pararmos para pensar um pouco, as ideias, as teses são conglomerados de palavras buscando abocanhar uma parte maior da realidade, quando o pensador morre ele não confronta mais a realidade, porque morreu, então o que garante e me dá direito a minha interpretação e evolução desse pensamento? Se alguém deixa um livro escrito, e eu leio, vou ter uma interpretação do que esse alguém escreveu, mas a interpretação em si já carrega outros elementos que talvez nunca tenham passado pela sua cabeça do autor.

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